21 de Junho do ano 2025
Crónica da corrida por Miguel Ortega:
"[...] Joaquim Brito Paes vence e convence na Monumental de Angra
A Ilha Terceira ecoa o passo dos bravos e a alma do toiro dança com a das suas gentes… Angra do Heroísmo, a nobre sentinela do Atlântico, é o coração pulsante da tauromaquia por estes dias de Junho! As suas Sanjoaninas atraem milharem de aficionados que vivem, convivem e desfrutam de umas festas únicas em que o público abre o peito sem medo á emoção. A Festa dos toiros aqui é mais que tradição, é a identidade deste povo!
Hoje dia 21 de Junho dia do ano 25 a sua monumental praça de toiros registou uma enchente e quem lá foi deu a tarde por ganha! [...]"
"[...] Em segundo lugar saiu outra estampa de toiro bravo, dava pelo nome de Corcita e foi de vacas… bravo onde os haja! Levava a fogo o ferro de José Albino Fernandes. Galopou, arrancou ao cite do cavaleiro com nobreza e raça. Teve durabilidade, casta e foi um sem fim de emoção para quem gosta deste animal único, que é o toiro bravo.
O terceiro também de José Albino Fernandes era um taco, teve raça, foi pronto, um toiro encastado e com teclas que tocar. Bom toiro!
Em quarto saiu possivelmente o menos bonito dos seis, mais despegado do chão e com menos entrega que os restantes irmãos. A sua saída foi mais fria mas veio a mais e proporcionou uma boa lide ao cavaleiro que o enfrentou.
No quarto da tarde houve uma lide de saber por parte do João, lidou e “sovou” o toiro de forma inteligente… desenganando e metendo um toiro que não se mostrava claro de início. Cravou com desenvoltura os compridos, escolhendo os terrenos correctos. Nos curtos a lide veio a mais, houve grandes ferros, o quarto por exemplo foi excelente, remates toureios e um palmo para finalizar esta sua actuação.
Joaquim Brito Paes, triunfou forte esta tarde na primeira das Sanjoaninas. Foi um gosto ver este cavaleiro. O Joaquim entrou com a serenidade de quem nasceu e sabe de cavalos e toiros. O oponente negro, rasgava o ar com força. Bravo, vibrante, encastado de cara ou cruz! Mas do outro lado vinha a resposta: uma lide feita coragem, arte e compasso. Bem nos compridos e nos remates toureiros que imprimiu desde o início. Seguiram-se as sortes com alma, a música acompanhando cada passo e o público rendido a uma grande lide. Não foi apenas uma grande actuação do Joaquim foi um tributo à escola clássica portuguesa, onde a bravura anda de mãos dadas com a elegância, e o risco foi assumido com sorriso sereno. Na última sorte, o Joaquim ergueu a mão, olhou o toiro nos olhos e entregou a alma para rematar uma das suas grandes actuações ainda da sua “jovem carreira”. [...] "
Crónica do Blogue Rabo Torto, pelo Bruno Bettencourt:
"[...] A tarde foi de juventude e de estreias. Joaquim Brito Paes apresentou-se no redondel angrense com uma lide de muita classe e entrega. Pela frente teve um exemplar JAF (nº254, 490kg) daqueles que fazem aficionados: bonito, de encher o olho, e bravo. Bravo de uma ponta à outra. Investidas a galope com nobreza e durabilidade. Após os compridos, Brito Paes desenhou uma lide a dar vantagens ao toiro e a cravar com o desplante das batidas ao pitón contrário. Dobrou-se nos remates para gaudio dos espectadores. Em praça esteve o verdadeiro equilíbrio entre o espírito combativo deste toiro de nome “Corcito” e a serenidade da arte deste Cavaleiro de dinastia. Uma lide triunfal a coroar esta sua estreia.
Tristão Ribeiro Telles, outra das estreias da tarde, esteve algo irregular diante dos seus oponentes. O seu primeiro (JAF, nº269, 449kg) saiu com gás e, apesar de se ter revelado codicioso durante a contenda, foi-se parando. Tristão mostrou pormenores de toureio e, acima de tudo, vontade em romper, no entanto, não conseguiu uma lide com ligação e ritmo.
O JAF (nº277, 484kg) investia sem prolongar a intensidade após as cravagens. Foi melhorando o comportamento com o decorrer da lide, proporcionando bom jogo. O Cavaleiro do Posto Santo mostrou saber e entrega. Correcto na escolha de terrenos, entendeu o oponente e recriou-se nas cravagens, destacando-se o quarto ferro curto que ecoou nos sectores da praça. Encerrou esta sua participação com um ferro de palmo.[...]"
22 de Junho de 2025
Crónica da corrida por Miguel Ortega:
[...] Esta tarde de 22 de Junho ainda tinha mais um acontecimento… Um concurso de ganadarias… em que três ganadarias da Ilha Terceira, Rego Botelho, José Albino Fernandes e João Gaspar… resultado de tudo isto um cartel de “Não há Bilhetes ” colocado 24 horas antes!
Em segundo lugar saiu um toiro de José Albino Fernandes, um taco… castanho de capa. Teve a genialidade dos bravos mas a força não o acompanhou!
Em quinto lugar um Albino Fernandes que tinha gatos dentro da barriga… toiro impulsivo… com muitas teclas que tocar. Interessante de comportamento! [...]
Crónica do Blogue Rabo Torto, pelo Bruno Bettencourt:
Concurso de Ganadarias com exemplares de Rego Botelho (RB), Casa Agrícola José Albino Fernandes (JAF) e João Gaspar (JG), João Moura Jr a lidar em solitário, mudança de Cabo no Grupo de Forcados Amadores da Tertúlia Tauromáquica Terceirense (GFATTT). Tudo parecia encaixar-se para uma tarde memorável. Uma tarde daquelas que serão recordadas e relatadas por muitos anos. E assim foi!!
O segundo era de JAF (nº255, 436kg). Era bonito e saiu com muita pata. Cedo mostrou cansaço e falta de força. Apesar dos bons modos que foi mantendo, foi-se reservando. João dobrou-se bem com ele na saída e aguentou o ímpeto do toiro, ao milímetro. Lidou a dar primazia ao oponente e a cuidá-lo. Manteve a tónica: bregas e cravagens de levantar praça!
O quinto (JAF, nº235, 439kg) saiu com gás! Foi esperado à porta dos curros pelo cavaleiro que o dominou até aos limites do impensável. O toiro foi-se mostrando desigual, mas encontrou rumo e veio a mais. Lide poderosa a tocar as teclas do toiro numa harmonia triunfal. Duas “mourinhas” a encerrar que provocaram nova explosão de emoção e alegria!